A criação da Lei nº 14.193/2021, que institui a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), trouxe ao cenário do futebol brasileiro novas oportunidades de gestão e reestruturação financeira para clubes em dificuldades econômicas.
Entre as alternativas oferecidas por essa legislação, destaca-se o Regime Centralizado de Execuções (RCE), uma ferramenta jurídica que permite a centralização das dívidas de clubes em um único processo, promovendo maior transparência, controle e previsibilidade no pagamento dos passivos. Nos últimos meses, vários clubes têm adotado essa estratégia, incluindo gigantes como Botafogo, Vasco, Fluminense e Corinthians. O caso do Corinthians, que tem dívidas de R$ 379,3 milhões, teve sua adesão ao RCE recentemente aprovada.
O RCE, que pode ser comparado a um mecanismo mais ágil e menos complexo que a recuperação judicial, tem se mostrado uma excelente oportunidade para clubes em dificuldades financeiras. Em vez de recorrer a processos longos e custosos, oferece um caminho mais rápido para a organização das finanças, permitindo que o clube continue suas atividades sem interromper sua gestão.
Porém, o RCE é apenas uma das ferramentas à disposição dos clubes. A constituição de uma SAF representa uma alternativa para garantir governança mais profissional e, potencialmente, evitar futuras crises financeiras. Esse modelo tem se mostrado eficiente em muitos casos, mas cada clube deve avaliar as melhores opções para seu caso específico.
O RCE e a SAF oferecem aos clubes brasileiros ferramentas essenciais para a reorganização financeira e continuidade das atividades. Enquanto o RCE permite uma solução mais imediata para o pagamento das dívidas, a SAF proporciona uma estrutura de governança que visa um futuro sustentável.