Em decisão unânime, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou que Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e Fundos das Cadeias Agroindustriais (Fiagros) possam recomprar suas próprias cotas negociadas na Bolsa.
A medida, alinhada à prática já comum entre companhias abertas, busca oferecer aos gestores desses fundos um novo instrumento para lidar com o deságio significativo observado no mercado secundário, especialmente entre os FIIs com ativos em escritórios.
A recompra poderá ocorrer por meio de Oferta Pública Voluntária de Aquisição (OPAC), conforme consulta apresentada pelo Banco J.Safra e acolhida pelo colegiado da autarquia. Embora considerada positiva, a decisão ainda depende da publicação da regulamentação específica, prevista para ser divulgada em até 30 dias. Entre os principais pontos esperados estão os critérios para quantidade de cotas, prazos e eventuais obrigações de cancelamento das cotas recompradas.
Na prática, a medida pode se mostrar particularmente vantajosa para fundos com maior liquidez e capacidade de geração de caixa, como os fundos de recebíveis e os fundos de fundos (FOFs). Ao recomprar e cancelar cotas adquiridas com deságio, o fundo tende a aumentar o resultado distribuído por cota aos investidores remanescentes, funcionando como uma resposta estratégica em momentos de baixa precificação no mercado. A expectativa é que a regulamentação assegure transparência, previsibilidade e proteção aos cotistas, reforçando o caráter legítimo da iniciativa.